Porque somos tão relutantes em sentir e expressar amor? Não sei vocês. Mas eu amo todos os dias.

Amo com a mesma intensidade do calor trazido pelos raios de sol que viajam por e milhares e milhares de km até chegar na terra e esquentar a pele daquela moça que passeia alegremente pelo parque num domingo de sol.

Ainda assim, sou relutante em dizer, àqueles que amo. Por que será? Por que impomos à nós mesmos e aos outros a prisão que é sentir e não expressar amor?

Passaram-se segundos, esses tornaram-se minutos que cresceram em horas. Essas viraram noites em claro e ainda não tenho resposta.

Dei um passo para trás. Mudei a pergunta: Que horas hoje vou dizer que te amo? Depois de me espreguiçar preguiçosamente na cama, abrir um olho e o sorriso largo?

Depois que você me disser bom dia enquanto se veste? Já sei! Depois que o maravilhoso cheiro de café invadir a sala, então o quarto e finalmente nossos pulmões. Não, ainda não me parece boa hora…

Só sei que falarei hoje.

Sou um espírito livre, mas meu coração age como se trouxesse uma bola de ferro amarrada à perna enquanto eu não expresso aquilo que ele guarda. A prisão imposta não é feita de quatro paredes, sem janelas ou portas mas parece que impossível sair.

Ao dizer que te amo, paredes se esfarelam levando junto a corrente que amarra a bola de aço. Esfarelaram, viraram purpurina e grudaram na gente pra fazer a gente brilhar.

Te amo e vou dizer toda vez que der vontade.

Você não precisa dizer de volta não. Sei o quanto foi difícil pra mim transformar em purpurina a corrente que impedia meu coração de voar e as paredes que impediam de sentir o sol esquentar a pele.

Sei que você me ama também.

Enquanto tu tá aí, nas tuas amarras, eu aproveito que as minhas se desfizeram e falo por nós. Quem sabe assim tu aprende a dizer também e se liberta.

Era só isso que queria dizer hoje.

Te amo.