Hoje, entre um build e outro, preenchi mais um.

Vou começar contando uma história pra vocês — como faço quase sempre — era uma vez…

far far away

Numa terra muito, muito distante, o reino encantado onde todos eram seguros de si e não se questionavam. Mas num belo dia, o terrível Impostor atacou e lançou um feitiço que chamamos de Síndrome do Impostor e fez com que todos moradores do nosso belo reino se encherem de inseguranças e começarem a se sentir incapazes de fazer aquilo que são treinados (muito bem) para fazer.

Esse feitiço é traiçoeiro, ele não age sobre os habitantes do reino sempre. Ele vai agindo devagarinho e quando vemos… pá! Estamos duvidando das nossas habilidades. Saber que estamos sofrendo da síndrome é um começo mas não é uma solução permanente, e nós que somos acometidos por essa mazela, precisamos estar sempre atentos aos sintomas.

No meu caso particular, além de bugs nos meus códigos, uma coisa que faz a síndrome atacar com todas as forças, é a necessidade de preencher algum formulário.

Você pode pensar que ao terminar a faculdade as inseguranças, “Será que vou tirar nota boa nessa prova?”, “Será que eu consigo terminar esse trabalho a tempo?”, “Será que eu vou conseguir formar?” iriam se dissipar, mas na verdade, elas não dissipam. Muito pelo contrário. Elas evoluem. Agora, trabalhando, você tem que prestar contas à alguem além de você mesmo pelo código que faz.

E não só no trabalho, parte das coisas que gosto de fazer envolvem eventos de tecnologia por aí, seja organizando ou frequentando, se ninguém te exigir saber fazer as coisas, você se cobra. Alguns dos eventos que anotei na minha agenda pra esse ano, possuem formulários de participação, como por exemplo o Django Girls São Paulo que, para ser uma treinadora você tem que preencher um formulário.

É nessa hora, na hora que eu sei que tenho que falar de mim, do que eu sei que começa a atuar a dona síndrome… “Quem, em sã consciencia, vai me escolher pra ensinar alguma coisa pra alguem?”. E nessas horas que eu preciso parar e pensar feito a Camila fala nesse vídeo:

É aí que eu paro de pensar e me agarro na minha vontade de fazer alguma coisa. Eu quero ensinar, então vou lá e preencho o formulário do Django Girls São Paulo. Eu quero ir em algum evento, mas tô sem verba?! Então vou e preencho o fomulário de pedido de ajuda de custo.

Começar a fazer algo é díficil, mas para atingir o objetivo você precisa de fato começar em algum lugar. O querido Eduardo Cuducos, deu um exemplo perfeito nesse post aqui no blog dele, segundo ele, é um exemplo bobo, mas pra mim representa perfeitamente a lógica que estou seguindo:

O que você precisa para correr uma maratona? Precisa começar a correr. Claro que você não vai correr os 42km de uma maratona logo no primeiro dia. Mas vista um tênis, saia de casa e vá correr. Corra 2km, 3km… 10km que seja. Sem começar, sem correr o primeiro quilômetro, você nunca vai chegar na maratona.

Eu quero correr as minhas maratonas. Então comecei a correr. Só que pra mim as maratonas são os eventos, e o começo são os formulários.

“Pessoas magníficas que vão lá e fazem…”

Quero ser dessas pessoas que fazem. Posso não ser a mais indicada, posso falhar. Mas também posso dizer que fui lá e fiz.


O Django Girls São Paulo ainda está recebendo inscrições para treinadoras, e as inscrições para participantes já estão abertas! Se inscreve vai! ❤️

Postado originalmente no meu Medium.